Não deixem de visitar o Museu Nacional de Belas Artes antes do dia 13 de março, dia em que termina a exposição “San Sebastiano”. Dois jovens artistas bolonheses da Itália barroca: Guercino e Guido Reni. Jovens porque suas obras parecem ter sido feitas no ano de 2015, sem uma ruga no rosto, sem qualquer sinal desses quinhentos anos. Digamos que houvesse apenas uma pintura no MNBA, em virtude de hipotética reforma, e que as paredes estivessem brancas, despovoadas, e que a única imagem presente fosse apenas “O Martírio de São Sebastião”: mesmo assim a visita valeria, e muito!
Eu mesmo não sei dizer quanto tempo fiquei ausente, emocionado. Meus olhos não quiseram, não puderam ver nenhum outro quadro. Como se fosse um pacto de silêncio radical e sem volta com a beleza do São Sebastião. Nada substitui esse encontro livre, direto, sem intermediações, mesmo que você o tenha visitado nos museus Capitolini de Roma. Agora é ele quem nos visita. E se encontra bem em nossa casa, profundamente barroca. Além de cumprirmos o papel de bons anfitriões, que é um dever sagrado, a visita vale, porque as imagens nos livros de arte, assim como nas redes, nem sempre dispõem de tratamento adequado e mínima fidelidade ao original. Cada vez que nos encontramos com uma obra conhecida é como apertar a mão de um amigo.[…]