Quem foi Dom Vital

Dom Vital nasceu em 27 de novembro de 1844 no sítio Jaqueira do Engenho Aurora, atual município de Pedras de Fogo, estado da Paraíba (segundo a divisão territorial da época, o município pertencia ao estado de Pernambuco).

Batizado Antônio Gonçalves de Oliveira Júnior, era filho de Antônio Gonçalves de Oliveira e Antônia Albina de Albuquerque. Frequentou o renomado Colégio do Benfica, em Recife e, despertando para a vocação religiosa e sacerdotal, ingressou no Seminário de Olinda em 1861.

No ano seguinte, foi enviado para estudar no Seminário de São Sulpício, na França, referência para os estudos de Filosofia e Teologia naquele tempo. Estando em Paris, decidiu deixar a vida diocesana e entrar na Ordem dos Frades Capuchinhos. E assim o fez no ano de 1863, recebendo o nome religioso de Frei Vital Maria de Pernambuco. Emitiu a profissão religiosa em 19 de outubro de 1864 e foi ordenado sacerdote em 2 de agosto de 1868.

Volta ao Brasil

Em 1869 foi enviado ao Brasil para a Missão que os capuchinhos franceses assumiam em São Paulo. Ali se dedicou ao ensino no seminário e atuou como capelão das Irmãs de São José, na cidade de Itú. Muito jovem, em 21 de maio de 1871, foi nomeado bispo de Olinda por decreto imperial. O papa Pio IX confirmou a nomeação e Frei Vital foi sagrado bispo em 17 de março de 1872, na Catedral de São Paulo. Em 22 de maio de 1872, desembarcou em Recife e assumiu sua diocese. Durante o seu pastoreio, que durou sete anos (1871-1878), escreveu várias cartas circulares e pastorais, realizou visitas em várias paróquias e destacou-se pela defesa da fé católica diante das investidas maçônicas. Por sua defesa da fé, foi chamado o “Atanásio brasileiro”.

Animado pelo breve pontifício Quamquam Dolores, lutou incansavelmente em defesa da fé católica e da Igreja por isso foi intimado e preso pelo governo imperial em 1874. Foi levado ao Rio de Janeiro e recolhido ao Arsenal da Marinha. Foi julgado e condenado a quatro anos de prisão com trabalhos forçados e custas. Com ele também foi preso o bispo do Pará, Dom Antônio de Macedo Costa.

Devido a pressão eclesial e popular, no entanto, o imperador acabou por comutar a pena imposta para prisão simples. Em 1875 foi decretada a anistia dos bispos e Dom Vital, tendo ele em seguida viajado a Roma – onde foi acolhido paternalmente pelo Papa.

De volta à Olinda, continuou seus serviços pastorais, mas, em 1877, sentiu-se muito doente, em decorrência dos sofrimentos da prisão, sendo aconselhado a ir à França buscar tratamento. Estando lá, a situação piorou e Dom Vital acabou por falecer em 4 de julho de 1878. Há quem suspeite que ele tenha sido envenenado ao longo do tempo. Seu processo de canonização foi aberto em 1960 e tramita atualmente no Vaticano.

Texto gentilmente escrito por Frei Jociel Gomes

logotipo branco do Centro Dom Vital

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