novembro 6, 2014

O livro do Brasil

É preciso abaixar o volume, com os decibéis que exaltam e demonizam governo e oposição, como duas “tribos” e “línguas” que não podem negociar Com o fim das eleições, a presidente Dilma acena para a esfera da união e do diálogo, disposta a ouvir a sociedade civil e a superar o déficit do primeiro mandato, de uma presidente técnica, quase sem tempo para ouvir as partes contrárias e negociar. É um grande sinal da presidente, que tira importantes lições das urnas. Espera-se da oposição a mesma atitude, equilibrada, sem vitimização, livre da má leitura de que a vitória de Dilma na verdade é uma derrota sem precedentes, ao passo que a derrota de Aécio é, na verdade, uma vitória estrondosa. Sejamos claros, de uma vez por todas. O país não está dividido por um abismo irredutível, hermeticamente fechado em bolsões e colégios eleitorais. Trata-se de uma análise que deixou de funcionar desde o dia 26 de outubro, após seis meses de uma teologia primitiva, que atravessou a campanha de ponta a ponta: entre deus e o diabo, o Sudeste e o Nordeste e outras aberrações, que prefiro não escrever. Lembro do clássico “Raça e história”, onde Lévi-Strauss diz que a humanidade parece “terminar” nos limites da língua ou da tribo. Traz um exemplo conhecido. Enquanto na Europa dos Descobrimentos os teólogos indagavam se os índios possuíam ou não uma alma, aqueles mesmos índios afogavam os prisioneiros brancos para verificarem se seus corpos estavam ou não sujeitos, como os demais, à decomposição. […] Leia mais no site de O Globo Leia outros texto de Marco Lucchesi no Clipping do CDV  

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