Search Results for: Aristóteles

Curso “Introdução à Lógica de Aristóteles”

Na próxima segunda-feira, dia 22 de julho, teremos no Centro Dom Vital o curso Introdução à Lógica de Aristóteles lecionado pelos professores Carlos Frederico da Silveira e Thiago Cabrera. O curso será composto de quatro aulas, todas as segundas, até 12 de agosto, entre 18:30 e 20:00. Em cada aula serão tratados temas importantes do conjunto de obras sobre Lógica de Aristóteles conhecido como Órganon. O valor do curso é apenas 100 reais. Maiores informações apenas pelo e-mail comunicacao@centrodomvital.com.br ou no primeiro dia de aula.  

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Curso “A Poética de Aristóteles – Princípios e elementos da narrativa”

Curso “A Poética de Aristóteles – Princípios e elementos da narrativa” Prof. Carlos Rabello Quartas, de 29/08 a 26/09 das 19h às 20h30 Investimento: 150 reais Inscrição por email: comunicacao@centrodomvital. com.br ou direto no CDV no dia do curso. Sócios do CDV e alunos (de qualquer instituição) têm 50% de desconto. Há outras bolsas. Seminaristas têm gratuidade. Serão emitidos certificados. Local: Rua Araújo Porto Alegre, 70 sala 111 (esquina com Rua México, próximo à estação Cinelândia do Metrô). Agradecemos imensamente a gentil ajuda com a divulgação.

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A vitória dos Grouchos

Robson de Oliveira Silva Diretor do Centro Dom Vital O ator Julius Marx, mais conhecido pelo pseudônimo artístico Groucho Marx, deixou-nos legado reconhecido no cinema do século XX. Se é verdade que, segundo Aristóteles, o gênero literário comédia não é o melhor, pois cabe à tragédia e à epopeia realizar a catarse necessária às artes,  não se pode menosprezar o poder desmoralizante de uma bela gargalhada ou o caráter destruidor de uma ironia fina e jocosa, mesmo nos ambientes mais belicosos e hostis. De fato, há algo de catártico também numa piada. Por isso, não à toa, todas as ditaduras do passado (e as atuais tão perto de nós) ou vigiaram ou aparelharam essa classe política perigosa: o comediante. Em tempos de eleição, como não trazer para a reflexão assunto tão comum: humor e política? E Groucho Marx é um dos espíritos capazes de trazer à luz, com o gume afiado das palavras, a grave situação pela qual passa o país. É reconhecido como de sua lavra o seguinte apotegma: “Esses são meus princípios, mas se não gosta deles tenho outros”. Não se sabe se por razões existenciais ou por estratégia de ofício, a hipocrisia de todos os dias sempre foi tema do caçula Marx. Se a sentença do comediante americano não fora forjada para o ambiente tupiniquim, não há dúvida alguma de que encarna perfeitamente o estado atual da vida política brasileira. A máxima do comediante mede com extrema precisão a febre que toma nosso Brasil, de norte a sul. Com efeito, a nação brasileira passa por uma crise de princípios, os brasileiros se transformaram em marias-moles, indivíduos sem coluna vertebral. A maioria deles se dobra para cá ou para lá, ao sabor de interesses, licitações arranjadas ou cargos comissionados. Quaisquer 30 moedas fazem água em vidas de falsas virtudes suntuosamente  propagandeadas. Todos afinam o discurso à plateia, cuidando de não ferir suscetibilidades, obedecendo docilmente à opinião pública.  Onde estão os políticos de fibra? Onde estão os indivíduos de princípios? Ainda restam pessoas com valores humanos seguros? Para onde se leva o olhar só se encontram ambiguidades. Sobre todos paira uma indeterminação genérica: não é raro que o mesmo político contrarie princípios defendidos em outras paragens. O que ontem foi ponto de honra, amanhã resta desprezado, em nome da governabilidade, ou sob a pressão de grupos minoritários que promovem o terror. Faltam-nos homens e mulheres de verdade, que não se dobram por qualquer benefício. Tem-se a impressão de que a honestidade é uma ilha, que a justiça é uma ilha, que honradez é uma ilha, cercada de Grouchos por todos os lados. Todos com santinhos nas mãos implorando nossos votos.

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O Conceito de Pessoa na Antropologia Filosófica de Karol Woityla, o Papa João Paulo II

Anna Maria Moog Rodrigues Membro do Centro Dom Vital Foi-me encomendado um estudo sobre a antropologia de Karol Woytila, o Papa João Paulo II, de tão saudosa memória. Considerei que para falar da antropologia de Woityla e o que nela há de inovador, seria preciso remontar ao próprio conceito de pessoa e de como este conceito apareceu e evoluiu através da história. Naturalmente, a temática requereria livros e livros e a apresentação oral requereria alguns cursos. Mas, não esmorecendo da tarefa, tive a enorme pretensão de apresentar o que coube do tema no espaço exíguo de algumas páginas. Para tanto, dividi o tema da seguinte forma: O homem no pensamento da antiguidade clássica e na Idade Media O conceito de pessoa A problemática do pensamento moderno Kant A fenomenologia A Antropologia de Karol Wojtyla            1.     A pergunta acerca do que seja o homem não é a que primeiro se apresenta ao espírito humano. No começo dos tempos, a preocupação dos homens voltava-se para a natureza. Mas, já na Grécia, Sócrates iria reconhecer que nenhum tipo de conhecimento seria superior ao que o homem pudesse ter dele mesmo. Tal conhecimento, entretanto, não lhe pareceria ser fácil de adquirir; daí que seu ensinamento visasse, indiretamente, levar o interlocutor a tentar compreender o que deveria ser o comportamento do homem virtuoso. Para conhecer o homem, Sócrates pretendia saber como o homem deveria agir. Depois de Sócrates, Platão mudaria de plano. Passaria do plano da introspecção subjetiva para o da objetividade metafísica. Para Platão, o homem estaria dividido entre dois mundos, o mundo da matéria, do corpo e o mundo das idéias, o mundo ideal. Assim, o homem estaria sempre em estado de tensão, atraído para o mundo das idéias pelo espírito, pela alma, mas preso ao mundo da matéria pelos sentidos, pelas sensações do corpo. Aristóteles, no mesmo plano, o da metafísica, tentaria reconciliar o homem consigo mesmo, reconciliando-o com seu próprio corpo. O homem, para Aristóteles, seria   matéria e forma, a matéria sendo o corpo, cuja forma humana seria dada pela alma, princípio de vida. Sendo princípio de vida,   todos os seres vivos, inclusive todos os animais e plantas também teriam alma. Enquanto integrante do universo, o homem seria um indivíduo de uma espécie, a espécie dos animais racionais. Distinguir-se-ia dos demais entes naturais apenas pela característica da racionalidade. A finalidade do homem, similarmente à dos demais entes naturais, haveria de ser a de realizar-se em todas as suas peculiares potencialidades. No caso do homem, esta realização seria o alcance da plenitude do seu desenvolvimento racional. E nisto consistiria sua virtude e sua felicidade Sto. Agostinho, no apagar da civilização antiga, acrescentou à compreensão do homem a característica do livre arbítrio, reconhecendo-lhe a dignidade de quem tem o poder de decidir o próprio destino. Esta dignidade foi a grande contribuição trazida pelo cristianismo, pois, para os antigos, o destino de cada homem estaria traçado à sua revelia. Oito séculos depois, no apogeu da Idade Média, Sto. Tomás de Aquino adotou de Aristóteles a conceituação metafísica segundo a qual o homem seria constituído de uma matéria, o corpo, princípio de individuação, e de uma forma, a forma humana, comum a toda a humanidade. Não obstante, a forma humana, isto é, a forma de um ser humano, seria dada a cada homem individualmente, a alma imortal criada por Deus para cada um, criada à imagem e semelhança Dele. A partir desta nova compreensão, a plenitude da felicidade do homem não seria mais alcançada apenas pelo exercício da racionalidade, pela realização da finalidade do homem, tal como era entendida por Aristóteles, mas pela realização da vontade livre do homem quando iluminada pela reta razão.   Em conformidade com a natureza da alma criada por Deus, a plenitude da felicidade somente se realizaria quando fosse realizada a finalidade para a qual cada alma havia sido criada, isto é, na visão Beatífica, na comunhão com o próprio Deus e na Sua contemplação. Não obstante, nem Sto. Agostinho nem Sto. Tomás estavam preocupados com questões de pura filosofia, mas sim com questões teológicas. Queriam, entretanto, traduzir a mensagem de Cristo de forma a que fosse familiar às mentes ocidentais, habituadas à linguagem da filosofia clássica. Ainda assim, desta nova acepção de homem, um homem dotado de livre-arbítrio, emerge o conceito filosófico de pessoa, inspirado nos grandes debates acerca da Santíssima Trindade: a pessoa é caracterizada pela capacidade de volver-se sobre si mesma. A pessoa tem consciência de si, é capaz de se auto-determinar, de livremente dispor de si mesma, de livremente doar-se. 2. O conceito de pessoa não se confunde com o de indivíduo. Este é comum a todos os entes materiais. A matéria é o que individualiza cada ente. Uma mesa difere da outra que lhe é idêntica, pela madeira específica utilizada na sua confecção. Dois irmãos gêmeos serão diferenciados a princípio, apenas porque possuem dois corpos que embora sendo iguais, são constituídos de matéria diversa. O indivíduo, enquanto indivíduo, busca atender suas necessidades de sobrevivência, busca tudo o que lhe for necessário para se manter vivo, busca alimento, abrigo, saúde, prazer e tudo o mais que atenda seus anseios de conforto material. Tanto os animais quanto as plantas fazem o mesmo para si e, no caso dos animais, para a prole. Trata-se mais ou menos do impulso a que Espinoza chamava de conatus, o empenho do ente de se manter na existência. Já a pessoa é uma totalidade constituída de corpo e alma espiritual. A pessoa tem todas as inclinações do corpo no sentido de se manter vivo, de buscar o máximo de bem estar físico para si e para os seus, e sob este aspecto é egoísta. Mas tem também, graças à alma espiritual, a inclinação para o outro, para o amor, para a dádiva de si mesma, e neste sentido a pessoa é capaz de ser – e tem vontade de ser- altruísta. A pessoa volta-se para o outro, para os outros, volta-se para a comunidade, para a sociedade, é capaz de assumir

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O Apóstolo Paulo e a Filosofia

O Apóstolo Paulo e a Filosofia

No seu polêmico Tratado Teológico-Político, Spinoza não poupa elogios ao apóstolo Paulo de Tarso, e afirma: “Paulo distingue duas maneiras de pregar, uma pela revelação, a outra pelo conhecimento, e daí, repito, o podermo-nos interrogar se nas epístolas eles [os apóstolos] profetizam ou ensinam” (Paulo duo praedicandi genera indicat, ex revelatione unum, ex cogitatione alterum, atque ideo inquam dubitandum, an in Epistolis prophetent, an vero doceant).

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Relativismo Religioso e Totalitarismo Anticristão

 Pe. Anderson Alves Doutor em Filosofia – UCP No dia 16 de janeiro de 2014 a Pontifícia Comissão Teológica Internacional publicou um extenso e importante documento, elaborado entre 2009 e 2014: “Deus Trindade, unidade dos homens: o monoteísmo cristão contra a violência”[1]. Consiste em um estudo do discurso cristão sobre Deus, defrontando-se com a tese segundo a qual haveria uma relação intrínseca entre monoteísmo e violência. Atualmente afirma-se que o monoteísmo, por acreditar ser o detentor de uma verdade absoluta, é fonte de intolerância, violência e ameaça a democracia. Por sua vez, o politeísmo seria intrinsecamente tolerante e fundamental para a democracia. Esse pensamento pretende defender um relativismo religioso absoluto, mas acaba sendo uma verdadeira forma de totalitarismo anticristão. O documento responde duas questões: como a teologia católica pode se confrontar criticamente com a opinião cultural e política que estabelece uma relação intrínseca entre monoteísmo e violência? E como a fé no único Deus pode ser reconhecida como princípio e fonte do amor entre os homens? O texto afirma que a fé cristã reconhece na excitação à violência em nome de Deus a máxima corrupção da religião. O cristianismo chega a esta convicção a partir da revelação da própria intimidade de Deus, que nos chega através de Jesus Cristo. O capítulo primeiro – que expomos aqui – esclarece a noção de monoteísmo, apresentada geralmente de modo demasiado vago. Aqui há uma crítica à simplificação cultural que afirma ser o monoteísmo algo necessariamente violento e o politeísmo, intrinsecamente tolerante. Então se reafirma que as guerras interreligiosas e também a guerra contra a religião são totalmente insensatas2. Em primeiro lugar, é preciso reconhecer Deus como “princípio e o fim” da existência de cada pessoa e de toda comunidade humana. Por sua vez, o homem é naturalmente capaz de reconhecer Deus como criador do mundo e como seu interlocutor pessoal. Nesse sentido, afirma-se a existência do homo religiosus, a qual é deduzível da experiência religiosa dos homens. A partir de então, podemos questionar: há um nexo necessário entre o monoteísmo e a violência? Uma pergunta estranha, pois justamente o Ocidente considerou por séculos o “monoteísmo” a forma de religião culturalmente mais evoluída, por ser o modo de pensar o divino mais congruente com os princípios da razão. De fato, a unicidade de Deus é acessível à filosofia – desde Sócrates, Platão, Aristóteles até o Deísmo moderno – e foi identificada como princípio da razão natural que precede as tradições históricas das religiões. Ocorre que a cultura contemporânea reage às grandes ideologias do século XX, as quais pretenderam ser científicas e dirigidas a um progresso indefinido. Houve então um predo- mínio da busca pela verdade, a qual justificou concepções filosóficas e políticas que levaram à humanidade ao abismo das duas grandes guerras mundiais. Em oposição a isso, hoje se tende a privilegiar a pluralidade das visões sobre o bem e sobre o justo, sem buscas pela verdade. Isso gera a tensão entre o reconhecimento do pluralismo e um princípio relativista. De fato, conhecer e respeitar as diferenças culturais “representa uma vantagem para a valorização das singularidades e para a abertura a um estilo hospitaleiro da convivência humana”. Porém, há um grave problema: o mero respeito às diferenças sem uma busca pela verdade gera a impossibilidade do diálogo. De modo que as pessoas e os grupos “são induzidos à desconfiança – se não à indiferença perante o empenho em buscar o que é comum à dignidade do homem” (n. 4). O relativismo e o chamado “politeísmo dos valores” não podem ser o princípio da democracia e do respeito pela dignidade humana, porque geram incomunicabilidade, desconfiança, indiferença pela verdade e desprezo por aquilo que une os homens: a sua mesma dignidade de pessoa. O relativismo é fruto da perda de confiança na razão humana e gera a suspeita em relação às outras pessoas, assim como uma perda de motivações. Isso faz com que as relações humanas sejam abandonadas “a uma gestão anônima e burocrática da convivência civil” (ibid.). Consequentemente, se dá o crescimento de uma imagem pluralista da sociedade e a afirmação de um desígnio totalitário do pensamento único: surge o discurso “politicamente correto”. O relativismo se revela como uma máscara que esconde um secreto absolutismo, especialmente feroz contra os cristãos[3]. Para o relativismo atual a verdade é considerada uma ameaça radical para a autonomia do sujeito e para a abertura da liberdade, porque a pretensão de uma verdade objetiva e universal, se bem que acessível ao espírito humano, é imediatamente associada a uma pretensão de posse exclusiva por parte de um sujeito ou grupo. A ideia de que a busca da verdade seja necessária para o bem comum é tida por ilusória. Na atual compreensão, a verdade estaria inseparavelmente relacionada com a “vontade de poder”, por isso a “verdade”, principalmente a religiosa, passa a ser vista como raiz de conflito e de violência. O colapso cultural da atualidade é tão grave que afirma ser o monoteísmo arcaico e despótico, enquanto o politeísmo seria criativo e tolerante. A dita crítica se concentra na denúncia radical do cristianismo, justamente a religião que aparece como protagonista na busca por um diálogo de paz, tanto com as grandes tradições religiosas quanto com as culturas laicas. Certamente, o fato dos cristãos serem descaradamente associados por sua fé no Deus Único a uma “semente da violência” fere milhões de autênticos crentes, especialmente porque eles vivem totalmente afastados da pregação da violência. Além disso, em muitas partes do mundo, os cristãos são maltratados com a intimidação e a violência por causa exclusivamente da sua pertença à comunidade cristã. Estima-se que atualmente 200 milhões de cristãos são perseguidos por causa da sua fé, algo que ocorre diante do silêncio cúmplice de boa parte dos governos e meios de comunicação, que se empenham em difundir uma visão distorcida do cristianismo: incentivador de violência4. Evidentemente não se pode negar o preocupante fenômeno da “violência religiosa”, a atual “ameaça terrorista”. Mas também não se pode ignorar que são precisamente os cristãos que mais sofrem violências

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Associação de leigos católicos, dedicada, desde 1922, à difusão da fé e à evangelização da cultura no Brasil: revista A Ordem, palestras, cursos, etc.