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No dia 10 de julho de 2020, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reconverteu a Basílica de Santa Sofia em Mesquita. A milenar construção religiosa já foi sede do Patriarcado de Constantinopla, Mesquita  e museu secular. A atual reconversão por Erdogan não foi um ato apenas religioso. Essa complexa questão foi tema desta mesa redonda virtual, composta pelos professores Alfredo Cruz, João Henrique dos Santos e  João Vicente Dias, realizada no dia 20 de agosto de 2020

Palestra proferida pelo Prof. Alfredo Cruz, coordenador do Grupo de Estudos sobre História do Oriente Cristão do Centro Dom Vital, em 24 de setembro de 2020.De um ponto de vista histórico, o gnosticismo foi um conjunto de sentimentos, crenças e práticas religiosas, inter-relacionadas, mas não congruentes entre si, que se difundiu a partir dos século I e II d.C. no rastro do judaísmo da diáspora e da primeira expansão cristã. É difícil precisar a origem desta corrente espiritual multifacetada, marcada antes do mais pelo pessimismo em relação à experiência humana no mundo e pela ênfase no conhecimento espiritual pessoal e esotérico, a gnose, sobre os ensinamentos e a vivência religiosa coletiva e exotérica. Contudo, certo é que ela deixou numerosas marcas, tanto de forma direta quanto indireta, no desenvolvimento do cristianismo inicial e em toda a extensão cultura religiosa que se constituiu à sua sombra e margem. O objetivo desta palestra é traçar um esboço histórico deste fenômeno, destacando alguns de seus principais caracteres, seu caráter internamente variado e algumas de suas consequências.