Ivanaldo Santos
Filósofo, escritor e conferencista
E-mail: ivanaldosantos@yahoo.com.br
Diante da brutal sequência de atentados terroristas ocorridos na França, que ficou conhecido como Atentado de Charlie Hebdo (foram 17 mortos), que chocou o mundo, é preciso constatar que existe um grande número de grupos terroristas atuando em escala quase planetária, entre os quais cita-se, por exemplo, Al-Quaeda, Boko Haram, Estado Islâmico e a Frente al-Nusra. O problema é que esses grupos são bem treinados, às vezes são mais bem treinados do que as tropas regulares de muitos países, tem muitas e diversificadas fontes de financiamentos e ao longo dos últimos 20 anos vem promovendo atentados em vários países do mundo. São grupos profundamente cruéis que atacam, preferencialmente, civis, melhores, idosos e crianças. Esses grupos promovem, entre outras barbaridades, o estupro de mulheres, matam mulheres por meio do apedrejamento, vedem mulheres para serem escravas sexuais, escravizam homens e crianças, fuzilam, sem julgamento, qualquer pessoa que considerem por infiéis, destroem o patrimônio público e cultural, crucifixam e decapitam pessoas de outras religiões, especialmente os cristãos.
Em alguns setores da sociedade os grupos terroristas são vistos como movimentos sociais ou algo semelhante. No entanto, deve-se ter em mente que terrorismo não é reivindicação social. Em grande medida, o terror islâmico pretende implantar, em escala mundial, um modelo de sociedade fechado, muito semelhante à sociedade tribal do século VII d.C., a sociedade que deu origem ao Islã. O mundo avançou, mas, em certo sentido, o Islã continua preso ao século VII d.C. Não se trata de condenar o Islã em si, mas de não aceitar essa tentativa, feita pelos grupos terroristas, de fazer a humanidade voltar e, ao mesmo tempo, ficar presa ao mundo tribal e brutal do século VII d.C. É preciso deixar claro que grupo terrorista não são movimentos e nem reivindicação social.
Daqui por diante o mundo (agências de noticiais, artistas, líderes políticos, etc) precisam denunciar, de forma mais enérgica, toda forma e todo ato terrorista. Essa denuncia tem que ser muito clara e enérgica. Vale recordar que muitos intelectuais exaltados, artistas e jornalistas liberais fizeram varias e graves acusações contra o Papa Bento XVI e a outros líderes cristãos só porque essas lideranças terem exposto a doutrina cristã sobre o casamento, a família e, por conseguinte, a condenação a união homossexual e ao aborto. No entanto, essas mesmas pessoas costumam ficar em silencio diante de ataques terroristas. Por que essa posição ambígua e contraditória? Essa posição tem que acabar. As mesmas vozes duras contra os líderes e a doutrina cristã precisam se levantar para combater o terrorismo. Temso que denunciar o atentado de Charlie Hebdo, mas também temos que denunciar o grupo terrorista Boko Haram matou 2 mil pessoas, principalmente mulheres e crianças, na cidade de Baga, na Nigéria, e tantos outros atentados terríveis praticados por grupos terroristas. O terrorismo é um mal que se não for condenado poderá conduzir a humanidade viver uma situação de caos semelhante ao vivido durante a queda do Império Romano. Onde estão os grupos feministas que não condenam o terrorismo por matarem, estuprarem e até mesmo venderem mulheres como escravas sexuais? Onde estão os grupos de proteção da infância e da adolescência, que ficam omissos diante do fato de grupos terroristas matarem ou venderem crianças como escravas?
Com relação ao Brasil, o governo brasileiro precisa dizer claramente, a sua população e ao mundo, que rejeita o terrorismo e que todo ato de terror é um ato contra a humanidade. Isso é necessário porque o governo do Brasil tem tido uma posição muito fraca, até mesmo condescendente, com o terrorismo. Basta ver que em 2014, na reunião anual da assembleia geral da ONU, a atual presidente do Brasil, a Sra. Dilma Rousseff, falou em dialogar com um dos grupos terroristas mais radicais da atualidade, o Estado Islâmico. No entanto, a mesma presidente não falou nas vítimas dos atos terríveis desse grupo terrorista e nem muito menos de como amenizar a destruição, o medo e o terror causado por esse grupo. Por causa dessa posição ambígua, quase de aprovação ao terrorismo, que o governo do Brasil precisa dizer claramente ao mundo que rejeita, com força, o terrorismo.