Precisamos vencer o déficit de diálogo
Vivemos um tempo de refluxo, um deserto de utopias, cenário em que perdemos a capacidade de sonhar ou de propor uma forte revisão da Agenda Brasil, resultado de amplas zonas de consenso. A depender de certos debates, o Brasil encolheu a olhos vistos, movido por uma intolerância política e um sectarismo religioso que fizeram o país perder altitude. E quanto mais apostarmos no ruído, ou no insulto, quanto mais diminuirmos a qualidade ética dos debates e quanto mais nos afastarmos de parâmetros decididamente republicanos, não cessará a crise política, onde se multiplicam interesses de segunda ordem que não enfrentam com lealdade os desafios da hora presente.
Precisamos vencer o déficit de diálogo, rompendo essas bolhas em que nos confinamos, e dentro das quais perdemos nosso tamanho, buscando o antídoto de atitudes cívicas capazes de recuperarem protocolos razoáveis de respeito mútuo, condenando em alto e bom som as práticas de um crescente neofascismo[…].